Sunday, April 30, 2006

Cores

Cego, surdo e seco o baque do coração arrancado do teu amor. Mergulhado em teu profundo cinza, cinza dos olhos que já foram azuis, com um grito vermelho perdido em meio ao temporal de sentidos que giram em luzes laranjas, de um caleidoscópio prateado que não nos dá razão de ser, e nem entendimento desse verde quente que nos governa.
O medo é branco e frio, e lembra a solidão pálida e cálida que se apresenta nessa imensidão vazia, de um oceano de dor que me deixou, a ilusão do amor que poderia ser real, mas foi fatal e me partiu o coração doente, que um dia juraram ser de pedra ignea e violácea, dura como o mais vil dos aços.
Estou só, e tu te foste, junto dos meus erros e de minha doce ilusão, nuca soube o que era o dourado amor, só conhecia a vermelha paixão, mas hoje restam os pedaços da minha alma negra, cada vez mais perdida pelo desamor...