Saturday, June 25, 2011

Erros

Me lembrei da morte hoje. Na verdade ela veio se lembrar de mim. Me gritou como somos frágeis e que 80 anos numa existência de milhões de anos é como se fosse nada. Vida passageira e onde nos enxergamos como pedaços de carne expostos depois que o brilho da vida deixou nosso corpo como apenas a carcaça de lâmpadas vazias sem energia. Não quero parecer rude, mas a morte ainda me espanta. Não amedronta, mas sim espanta. Pois não dá respostas para a fé que precisamos, ou respostas para as nossas perguntas e sim gera muitas, principalmente (ou somente para quem fica). Uma destas perguntas, talvez seja a mais importante, é sobre as bobagens, é sobre as merdas que fizemos. Natural total do ser humano, fazer merdas, aos 16 anos, aos 36, aos 46, na verdade a vida inteira. Uma tendência totalmente humana. Não pensarmos no impacto que tudo que fizemos pode gerar, no meio onde vivemos, ou no próximo, aquele lance completamente egoísta. Tipicamente humano. Nossos erros, nossas mancadas irredutíveis. Sem pensarmos no amanhã. Bonito, senão causasse impactos completamente fora de controle, às vezes apenas doloridos e outros nocivos. De novo no impasse do homem ser seu próprio predador natural. Só pensamos nas merdas quando fizemos com alguém de perto e que não dá tempo de nos redimirmos. Não sou adepto de me arrepender do que faço, por isso acho que devemos sempre pensar bem como agimos, pois arrependimento (sem ser extremo já sendo), é para os tolos. Se temos capacidade de pensar e falar (o que a ciência nos cita como diferença entre os outros animais) por que não refletimos sempre antes dos nossos atos? Ou sobre decisões importantes que devemos tomar? Sobre nossas responsabilidades? Ou pegando leve (ou não) sobre o amor e todas as coisas que realmente devemos carregar? As coisas que realmente importam numa existência pequena e rápida? Viver intensamente, com consciência e discernimento é um conjunto de ações realmente complexas para nós seres humanos. Meros mortais. Abraço as almas que se foram e que ainda nos deixam saudades e sofrimento, e que realmente estejam em um lugar melhor. Um acalento a quem fica e carrega o piano pesadíssimo da saudade, da falta e da incompreensão sobre como as coisas funcionam, já que o nosso entendimento é tão curto.

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